O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO AUTÔNOMA DA IDENTIDADE HUMANA E SEUS DESDOBRAMENTOS SOCIETÁRIOS NA CONTEMPORANEIDADE.
Plano de aula requerido pela Prática da disciplina de Fundamentos e Métodos do Ensino da Filosofia, realizado como disciplina do curso de Filosofia EAD do CEUCLAR.
Prof. Tutor: Daniel Lipparelli Fernandes.
Nome do(s) aluno(s)
|
Natachy Petrini Meratti
|
Curso
|
Filosofia
|
Disciplina
|
Fundamentos e Métodos do Ensino da Filosofia
|
Professor responsável
|
Daniel Lipparelli Fernandez
|
Carga horária
|
|
Título do Projeto
|
O Papel da Educação
na Construção Autônoma da Identidade Humana e seus Desdobramentos Societários
na Contemporaneidade.
|
Série(s)
|
3ª Série(s) do Ensino Médio para as quais o Projeto de
Prática está destinado.
|
Quantidade de horas/aula
|
06 horas/aula.
|
Data de início do Projeto
|
29/04/2012
|
Data de término do Projeto
|
24/05/2012
|
2. Fundamentação Teórica
Para a fundamentação
teórica de seis aulas, sendo uma delas avaliação, a serem ministradas à 3ª
série do Ensino Médio, serão utilizados os seguintes materiais:
2.1. Trechos do
artigo O Futuro Ausente: Para a Crítica
da Política e o Resgate da Emancipação Humana, de José Chasin
Para apresentar o
pensamento de Chasin e a gênese política que o autor realiza no artigo para
determinar os atuais tempos de crises, vou demonstrar como Chasin remontou
historicamente a transição do período feudal para o Renascimento, bem como a
utilização do esteio das teses políticas de Maquiavel e Hobbes, pensadores que,
sob pontos de vistas diferentes, defendiam a mão forte do Estado para a
regulamentação da convivência dos homens em sociedade (para Maquiavel porque os
homens são essencialmente maus e a sociedade por eles formada é corrompida e
Hobbes pelo instinto de sobrevivência do homem e o natural estado de guerra em
que entram quando fora da sociedade civil). Para ilustrar esse “volteio
histórico” como o próprio Chasin denomina, e com isso refletir posteriormente
sobre a educação e o seu papel na construção da identidade autônoma do homem, farei
um apanhado geral sobre o tema do artigo, através da leitura e interpretação de
alguns de seus trechos. Artigo disponível em: http://www.verinotio.org/ofuturoausente.pdf. Seguem os trechos que serão lidos com os alunos:
- Para a discussão sobre o tempo das crises e da identidade do homem contemporâneo em sociedade:
Trecho 01:
“Não é o fim dos tempos, mas é o tempo das crises. Essas vem recebendo
denominação variada e abundante. Desde algum tempo, é até mesmo lugar comum
referir crises de toda espécie - social,
política, econômica, moral ou dos costumes, cultural ou das mentalidades, da
arte e da ciência, do direito e do meio ambiente, e assim por diante,
envolvendo o conjunto dos aspectos que compõem a vida atual. Conjunto minado,
que também é aludido sinteticamente como a crise do nosso tempo.”
Trecho 02:
“É, vale repetir, o influxo dos novos tempos que vai impelindo a figura da
individualidade, mas sob roupagens tomadas de empréstimo ao passado”.
Trecho 03:
“Em outros termos, não há sucesso e, em especial, sucesso permanente sem
capacidade de adaptação às circunstâncias, sem esforço contínuo de ajustamento
às eternas mutações da sorte”.
Trecho 04:
“Detalhando um pouco a afiliação: a liberdade, na condição maquiaveliana de
subproduto dos conflitos positivamente funcionalizados, evoca e remete
prospectivamente à indeferível liberdade restrita de base limitada da ordem
societária do capital maturado, na qual cada indivíduo é tolhido multiplamente
pelas individualidades dos outros, em que a liberdade de cada um é aviltada pela fronteira mesquinha
da liberdade do outro; donde a implicação da má infinitude das exclusões mútuas
ou permutadas, redundando dessa troca de proscrições a adstringência da
liberdade àquilo que possa restar à individualidade em solidão, desterrada dos
outros e abandonada a si mesma, quando o indivíduo real, prático, só pode ser
padronizado pela ferocidade do isolamento, e, ao limite, a liberdade é
dissolvida em má subjetividade, em interioridade impotente. Em suma, a
liberdade maquiaveliana coabita o gênero da liberdade pobremente vivida e
determinada contra, e não com o outro; todavia, dela se distingue pelo número dos opostos: enquanto na plenitude
societária do capital essa forma de iliberdade contrapõe, ideal e
aparencialmente, individos isolados, Maquiavel considera e raciocina com
congregados sociais em oposição.”
Trecho 05:
“Confluindo, a nascente ordem do capital e o sistema heliocêntrico, ambos
envolvendo decididamente o presente e impulsionando com vigor para o futuro, se
conjugaram e potencializaram no movimento real e ideal que arrebatou do homem
sua antiga condição privilegiada, o qual,
drasticamente desvalorizado, foi convertido em exilado no interior do
universo infinito e em desterrado no interior do cosmos social pulverizado.
Sozinho e depreciado - e depreciado porque sozinho - sem outro arrimo, lançou e
foi coagido a lançar suas esperanças à conjunção abstrata dos homens na união
imposta e ilusória do estado.”
·
Para a discussão sobre o papel da religião no
assujeitamento do homem aos princípios do Estado:
Trecho 06: “Se
a nossa religião nos recomenda hoje que sejamos fortes, é para resistir aos
males, e não para nos incitar a grandes empreendimentos. Parece que esta moral
nova tornou os homens mais fracos, entregando o mundo à audácia dos celerados. Estes sabem que podem
exercer sem medo a tirania, vendo os homens prontos a sofrer sem vingança todos
os ultrajes, na esperança de conquistar o paraíso. Contudo, se os homens
perderam a fibra, e os céus não impõem mais a guerra, estas transformações se
originam na covardia dos que interpretam a religião de acordo com a sua
fraqueza, e não segundo a virtude verdadeira; se se levasse em conta que a fé
permite a grandeza e a defesa da pátria, ver-se-ia que é compatível com a boa
religião amar e honrar pátria, e nos prepararíamos para a defender"
(Discorsi, II, 2).
Trecho 07:
“Em verdade a arrogância não é tanta, pois o que vai explicitado é apenas uma
equiparação a
Deus, quando de fato o que historicamente está ocorrendo é algo muito mais
radical - a substituição efetiva do plano divino pelo estado: a transição da
comunidade na transcêndência pela comunidade anstrata da sociedade política.”
Trecho 08: “E
na seqüência, depois de frisar "que a religião servia para comandar os
exércitos, levar a concórdia ao povo, zelar pela segurança dos justos e fazer
com que os maus corassem pelas suas infâmias", conclui, poucas linhas mais
adiante: "nunca nenhum legislador outorgou a seu povo leis de caráter
extraordinário sem apelar para a divindade, pois sem isto não seriam aceitas.
Há muitas instituições cujos efeitos benéficos podem ser previstos por um homem
sábio e prudente, mas cuja evidência não é tal que convença imediatamente a
todos os espíritos. Por isto o governante sábio recorre aos deuses. /.../ Se a
observância do culto divino é a fonte da grandeza do estado, a sua negligência
é causa da ruína dos povos" (Ib.).”
·
Para a discussão sobre o papel das leis na
regulamentação da convivência entre os homens:
Trecho 09:
“Há que grifar que não se trata, na ação desenvolvida pelo legislador, de
objetivos
única ou
especialmente vinculados à organização política, mas que abarcam o conjunto da
constituição social e moral de uma povo, que a juízo de Maquiavel derivam da
lei - desta é que brotam as virtudes morais e cívicas - e da sabedoria e visão
do próprio legislador. Em suma, não há propriamente limites à ação deste, que
pode transfigurar as antigas estruturas estatais, construir novas, mudar as
formas de governo, transferir populações e constituir novas virtudes nas almas
de seus súditos. O legislador, portanto, é o arquiteto do estado e da sociedade,
aí contidas todas as instituições políticas, econômicas, morais e
re-li-gi-o-sas.”
Trecho 10:
“De modo que, eterno como perversidade, o homem não tem em si qualquer
possibilidade de auto-transformação, nem mesmo de comedimento. Numa palavra, o
homem maquiaveliano, intrinsecamente mau, vai ao extremo de ser privado de
qualquer inclinação para o autodesenvolvimento. Razão pela qual tem de ser
coagido pela lei apoiada na força: "os homens só fazem o bem quando é necessário; quando cada um tem a liberdade de
agir com abandono e licença, a confusão e a desordem não tardam a se manifestar
por toda parte. Por isso se diz que a fome e a miséria despertam a operosidade,
e que as leis tornam os homens bons" (Ib., I, 3).”
Trecho 11: “A
dessacralização maquiaveliana da política, inclusa aí sua ruptura com a esfera da eticidade,
corresponde à moderna entificação do poder, na qual emerge e ganha corpo
centralizado e independente, afastado da sociedade civil, o
estado verdadeiro, rigorosamente de acordo com o papel que lhe é
conferido na ordem societária produzida pela lógica do capital.”
2.2. Letra da música Admirável Gado Novo, de
Zé Ramalho.
Para que os alunos
compreendam o conceito básico das crises referidas por Chasin na
contemporaneidade, vou propor a reflexão da identidade do homem moderno a
partir da análise da música e letra de Zé Ramalho, perpassando a aflição deste
homem, acometido por uma constante crise com sua identidade e reduzido à
condição de gado pós-moderno. Disponível em: http://letras.terra.com.br/ze-ramalho/1127221/
Vocês que
fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.
Eh, ôô, vida
de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Lá fora faz
um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.
Eh, ôô, vida
de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
O povo, foge
da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.
Eh, ôô, vida
de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
2.3. Obra
áudio-visual: Tempos Modernos, de Charles Chaplin.
Para que os alunos construam a concepção vigente do
homem moderno enquanto trabalhador e manutencista das engrenagens do sistema
capitalista, os alunos assistirão ao clássico de Chaplin e discutirão as
principais características desses tempos modernos. Disponível
em:
http://www.youtube.com/watch?v=D_kpovzYBT8
2.4. Interatividade:
Diversos vídeos e referências na Internet.
Dedicarei uma aula apenas
para que os alunos interajam com as ferramentas disponíveis na internet, tais
como músicas e vídeos, de forma a compreenderem de maneira geral os tempos
modernos e a aflição do homem diante de tantas possibilidades. Todos os links
apresentam um tom cômico ou provocativo, de forma a despertar o interesse dos
alunos. Seguem os links que serão apresentados:
·
“Já é velho, Man”.
Paródia da música Bad Romance, de Lady Gaga. Com este vídeo, vou propor a
reflexão sobre o agenciamento de afetos provocado pelo capitalismo, fazendo com
o que homem se torne refém do consumismo, na concepção moderna do “ter” em
detrimento ao “ser”. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=BndADIkRNn0.
·
“Homem Moderno”, de
George Carlin. Talk Show em que Carlin se define como um homem moderno,
utilizando jargões e terminologias próprias deste homem interativo,
multifacetado e formado de maneira global. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=hNhNFUaoshE.
·
“Sandman e o Homem Pós-Moderno”. Sonho,
personagem principal da animação, precisa definir o que seja o homem
pós-moderno e para isso conta com a ajuda de sua irmã gótica, Morte. Disponível
em: http://www.youtube.com/watch?v=Kvv1aIkQPk4&feature=related
·
“3ª do Plural”, clipe
da música da banda Engenheiros do Hawaii, que discute a questão do capitalismo
e sua dominação sobre o homem moderno. Letra e vídeo disponíveis em: http://letras.terra.com.br/engenheiros-do-hawaii/747530/
3.
Objetivos do Plano de Aula
A partir de reflexões, sobretudo sobre o artigo Crítica a Um Futuro Ausente, de José Chasin, problematizaremos com
os alunos a importância de uma educação que pense historicamente o passado e
filosofe cotidianamente sobre o futuro, construindo um presente significativo e
autônomo que não seja apenas ferramenta de manobra do poder tirânico do
capitalismo, das religiões e dos legisladores. Com isso, o objetivo deste Plano
de Aula é analisar com os alunos o conceito moderno de que o homem seja livre
para determinar o seu destino e mudar as leis e os costumes, pilares maiores da
manutenção social. Numa época em que é dada tal premissa aos homens, qual a
importância da educação para que o homem não seja acometido por crises advindas
de uma liberdade que ele não sabe como e nem para quê usar?
4.
Conteúdos
Para que os alunos possam compreender as
características principais do chamado homem pós-moderno e as implicações da
construção dessa identidade na formulação de um futuro que não seja ausente,
como postulado por Chasin, levarei os alunos a refletirem sobre o papel da
educação neste processo como ferramenta emancipadora da massa coagida.
Para isso, desenvolverei as aulas com base nos
seguintes conteúdos principais, sendo certo que cada aula contará com espaços
para que os alunos se manifestem e, com isso, ajudem-me a conduzir as
discussões sobre o tema:
Primeira Aula: Interpretando
Chasin e a angústia pós-moderna.
Para que os alunos possam refletir sobre o conceito
de Futuro Ausente e com isso realizarem uma analogia sobre a importância da
educação na construção da autonomia dos indivíduos de determinada sociedade, é
importante que eles rompam com as possíveis dificuldades que encontrarão na
compreensão de um artigo tão complexo. Para isso, leremos juntos alguns
trechos, construindo um significado, em conjunto, para o artigo de Chasin. Assim,
refletiremos juntos sobre os principais conceitos:
A)
Por que a modernidade é considerada o tempo das crises?
B)
Discutir a crise de identidade pessoal e a conseqüente
crise de identidade coletiva em sociedade.
C)
A fragmentação do homem moderno (múltiplo, conectado,
multifacetado) o torna um desbravador e autônomo na tomada de decisões. Isso o
torna livre e feliz?
D)
Se o homem moderno é autônomo e pode escolher, à
revelia da força do destino, seus próprios passos, por que então ainda
precisamos de leis e religiões?
E)
O homem é essencialmente mau? Se não fossem as regras
morais, legais e religiosas, o mundo seria um grande caos?
F)
Os humanos sobreviveriam a si mesmos se não houvesse as
concepções míticas da religiosidade?
Segunda Aula: O homem
pós-moderno e suas muitas crises
Analisar a letra Admirável Gado Novo, de modo que
eles reflitam sobre os principais aspectos da canção:
A)
O autor refere-se a “vocês” quando cita a massa que
passa nos projetos do futuro. Com isso, o autor se exclui dessa massa,
demonstrando seu descontentamento com a subserviência que critica no decorrer
da canção;
B)
Refletir sobre a condição desigual do homem frente ao
capitalismo que massifica a pós-modernidade, demonstrando que ao homem, frente
tal relação, cabe dar mais (produzir) do que receber (consumir, pensar).
C)
Constatar a crítica do autor que afirma que a ferrugem
das engrenagens capitalistas já corrói aos homens, suplantados pelas exigências
do capital.
D)
Verificar que o homem é tratado como gado, sendo
destituído de sua autonomia e individualidade e que, de acordo com a concepção
vendida pela pós-modernidade, ainda se considera feliz (ou simula para
sobreviver) certa felicidade.
E)
Analisar o motivo de o povo fugir da ignorância, apesar
de, conforme expressa o autor, viver tão perto dela.
F)
Compreender o conceito de contemplar a vida dentro de
uma cela, fazendo a análise de o homem poder admirar um mundo novo, sendo ele,
em contrapartida, o admirável gado novo.
Terceira Aula: Cogito
pós-moderno: “trabalho, logo existo”.
Assistir com os alunos ao filme Tempos Modernos e
após a exibição, discutir com eles os principais aspectos do filme:
A)
A paranóia do operário que, estressado pelo trabalho
repetitivo de apertar parafusos em uma linha de produção, passa a enxergar
parafusos em todos os objetos que se pareçam minimamente com um.
B)
As reações do personagem e o seu olhar desacostumado ao
mundo moderno, quando retorna de um período de internação, diante do barulho da
cidade e da correria do dia a dia.
C)
As regras de moralidade no ato de uma garota que,
vivendo na miséria imputada pelo progresso, rouba para se alimentar.
D)
O ciclo que se repete no filme: trabalhar, ser
despedido, ser preso, fugir da polícia, voltar ao trabalho, ser novamente
despedido....
Quarta Aula: Pensar pode e
deve ser divertido.
Exibir as paródias relacionadas à pós-modernidade,
enquanto refletiremos sobre como o humor pode ser um mecanismo para o
aprendizado e que a educação não precisa ser tão sisuda, quanto o artigo de
Chasin, para ser proveitosa. Além disso, demonstrar que os vídeos são produções
independentes e resultado do próprio processo pós-moderno, onde o homem fabrica
informação e tem a liberdade de se expressar, fazendo com que tais ferramentas
possam trabalhar a favor de uma autonomia de pensamento sobre a sociedade
atual.
Quinta Aula: Onde queríamos
chegar: mas o que a educação tem a ver com isso?
Após as quatro primeiras aulas, nesta aula pretendo
levá-los a refletir sobre a importância da educação para o escape do padrão
reproduzido pelo homem pós-moderno. Assim, nessa aula discutiremos livremente
sobre as perspectivas da educação, na visão dos próprios alunos, para a
construção de um mundo mais equilibrado entre os interesses pessoais e
societários. Com base nas discussões travadas nas aulas anteriores e nos
pensamentos que forem surgindo durante a exposição, os principais aspectos
serão abordados sobre a educação:
A)
A educação como rompimento do pensamento sistemático e
homogêneo, provocando a reflexão e quebra de paradigmas.
B)
A importância da educação da desconstrução de dogmas
sociais, religiosos e políticos, levando os alunos a pensarem “fora da caixa”.
C)
A desterritorialização promovida pela educação, frente
às fronteiras demarcadas para o conhecimento.
D)
A importância da transdisciplinaridade para a formação
do homem e do diálogo entre os diversos saberes.
E)
O papel da linguagem e do discurso da educação para a
construção da identidade humana.
5.
Procedimentos Metodológicos e Didáticos
Como metodologia principal,
articularei as fundamentações teóricas deste Plano de Aula com as informações
que os alunos, porventura, já possuam. Assim, vamos construindo juntos uma
concepção do que seja a pós-modernidade e as aflições que assolam o homem dos
novos tempos. Com isso, pensaremos juntos sobre o papel da educação na
construção da identidade desse indivíduo moderno, que possui tantas faces e
tantas possibilidades (em tese).
Assim, o procedimento
didático principal será o de demonstrar aos alunos que, em face do próprio
conceito pós-moderno, não há respostas definitivas para a angústia humana, mas
que a educação, por meio da promoção da reflexão sobre si e sobre o mundo, pode
levá-los a construir uma identidade própria, com autonomia frente aos freios
impostos pelos mecanismos pós-modernos - sociedade, legislação e o que sobrou
dos dogmas religiosos.
Na prática, os métodos
tradicionais de ensino serão largamente explorados, tais como esquemas
conceituais na lousa; anotações em lousa das conclusões mais importantes a que
forem chegando os alunos durante a discussão; cópia de um resumo sobre a
matéria para que guardem e leiam em casa; leitura conjunta de trechos do artigo etc.
Além disso, parte das aulas será realizada no laboratório de informática, onde
teremos a oportunidade de acessar links e pesquisarmos sobre informações que
forem sendo levantadas durante a aula.
Primeira aula:
- Traçar uma rápida biografia
de José Chasin.
- Informar os objetivos dos
trechos selecionados: a crise de identidade do homem contemporâneo, o
assujeitamento do homem pela religião e a condução da sociedade pela
arquitetura da legislação.
- Realizar a leitura de cada
trecho escolhido;
- Realizar apontamentos em
lousa com as principais idéias que forem surgindo durante a discussão.
Segunda aula
- Levar os alunos para a sala
de informática.
- Iniciar a projeção no telão
de um vídeo da música, bem como sua letra ao lado.
- Questionar se os alunos se
identificam como fazendo parte da “massa” e o porquê de suas respostas.
- Questionar o que os alunos
entendam que “tenha sobrado”, quando o autor canta: “demoram-se na beira
da estrada/e passam a contar o que sobrou”.
- Levantar a questão se o
homem pós-moderno é feliz e se essa felicidade significa ignorância ou
subserviência.
- Escutar mais uma vez a canção,
depois de termos realizado todos os apontamentos sobre ela e sobre a
identidade do homem pós-moderno.
Terceira aula
- Levar os alunos para a sala de vídeo da escola.
- Pedir para que os alunos
procurem identificar os conceitos discutidos nas aulas anteriores com as
informações do filme.
- Dar pausa nos momentos em que
os alunos considerarem mais interessantes para rápidas abordagens sobre o
assunto.
Quarta aula
- Informar aos alunos que a
aula será uma forma de situá-los dentro da pós-contemporaneidade, através
da linguagem virtual a qual estão acostumados.
- Apresentar um link de vídeo
por vez, acompanhando o acesso à Internet realizado pelos alunos.
- Pedir para que os alunos
analisem como o humor pode ajudá-los a compreender melhor os conceitos.
- Finalizar a aula exibindo o
vídeo da música dos Engenheiros, que trata do mercado capitalista e a
posição do homem diante disso.
Quinta aula
- Retomar os principais conceitos
das aulas anteriores com os alunos.
- Perguntar o que eles acham
sobre o papel da educação diante do que já discutimos.
- Questionar se eles acham que
o modelo atual de educação sirve como modo de manutenção do sistema de
identidade pós-moderno ou se ela trabalha em prol da “desmassificação” do
indivíduo.
- Exemplificar como a educação
e o pensamento podem libertá-los dos juízos esteriotipados sobre as
condutas legais, religiosas e sociais.
- Demonstrar o papel
emancipador da educação e os modos para utilizá-la contra a aflição
moderna.
6. Recursos
Materiais
Para a apresentação das aulas, os seguintes
materiais serão utilizados:
·
Sala de informática da
escola.
·
Computadores com
acesso à Internet.
·
Caixinhas de som nos
computadores.
·
Sala de Vídeo para
exibição de filme.
·
Telão.
·
Uma cópia do artigo de
José Chasin.
·
Giz.
·
Lousa.
7. Aula 6 – Avaliação
Para finalizar as aulas e os objetivos nelas
propostos, os alunos terão liberdade para escolherem entre duas maneiras de
serem avaliados.
Na primeira opção, os alunos deverão elaborar um
texto crítico sobre como enxergam o homem moderno e sobre como a educação pode
intervir nessa construção de identidade sócio-cultural. Para isso, os alunos
deverão citar passagens das discussões que tivemos em sala de aula.
Na segunda opção de avaliação, os alunos poderão, a
exemplo das múltiplas faces de expressão contemporânea, elaborar as seguintes
alternativas para desenvolvimento do tema: paródia musical sobre o homem
moderno; telejornal com notícias inventadas e que façam alusão às aflições
contemporâneas; um slide em PowerPoint com os principais aspectos abordados nas
cinco aulas anteriores.
8.
Referências
Bibliográficas
CHASIN, José.
O Futuro
Ausente: Para a Crítica da Política e o Resgate da Emancipação Humana. Disponível em: http://www.verinotio.org/ofuturoausente.pdf
MATOS, Junot
Cornélio. A Filosofia na Crise da
Modernidade. Disponível em: http://www.unicap.br./Arte/ler.php?art_cod=1392
LIMA, João Francisco Lopes de. A Educação, A Pós-Modernidade e a Crise de Fundamentação do Discurso
Pedagógico. Disponível em: http://www.utp.br/Cadernos_de_Pesquisa/pdfs/cad_pesq7/17_a_educacao_a_pos_cp7.pdf
MENDES, José
Tadeu Neris. A Educação Contemporânea Versus Contemporaneidade. Disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_20899/artigo_sobre_a_educa%C3%87%C3%83o_contempor%C3%82nea_versus_contemporaneidade
WAGNER,
Peter. A Crise da Modernidade: A
Sociologia Política no Contexto Histórico. Disponível em: http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_31/rbcs31_02.htm
FERREIRA, Carlos Anderson dos Santos. Crises da Modernidade, Globalização e (In)Efetividades de Direitos.
Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/Trabalhos/EixoTematicoA/150fd9a8af8327bf114aCarlos_Anderson.pdf