sexta-feira, 25 de maio de 2012

PLANO DE AULA - FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE FILOSOFIA


O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO AUTÔNOMA DA IDENTIDADE HUMANA E SEUS DESDOBRAMENTOS SOCIETÁRIOS NA CONTEMPORANEIDADE.




Plano de aula requerido pela Prática da disciplina de Fundamentos e Métodos do Ensino da Filosofia, realizado como disciplina do curso de Filosofia EAD do CEUCLAR.
Prof. Tutor: Daniel Lipparelli Fernandes.



Nome do(s) aluno(s)
Natachy Petrini Meratti
Curso
Filosofia
Disciplina
Fundamentos e Métodos do Ensino da Filosofia
Professor responsável
Daniel Lipparelli Fernandez
Carga horária

Título do Projeto
O Papel da Educação na Construção Autônoma da Identidade Humana e seus Desdobramentos Societários na Contemporaneidade.
Série(s)
3ª Série(s) do Ensino Médio para as quais o Projeto de Prática está destinado.
Quantidade de horas/aula
06 horas/aula.
Data de início do Projeto
29/04/2012
Data de término do Projeto
24/05/2012




2. Fundamentação Teórica

Para a fundamentação teórica de seis aulas, sendo uma delas avaliação, a serem ministradas à 3ª série do Ensino Médio, serão utilizados os seguintes materiais:

2.1. Trechos do artigo O Futuro Ausente: Para a Crítica da Política e o Resgate da Emancipação Humana, de José Chasin

Para apresentar o pensamento de Chasin e a gênese política que o autor realiza no artigo para determinar os atuais tempos de crises, vou demonstrar como Chasin remontou historicamente a transição do período feudal para o Renascimento, bem como a utilização do esteio das teses políticas de Maquiavel e Hobbes, pensadores que, sob pontos de vistas diferentes, defendiam a mão forte do Estado para a regulamentação da convivência dos homens em sociedade (para Maquiavel porque os homens são essencialmente maus e a sociedade por eles formada é corrompida e Hobbes pelo instinto de sobrevivência do homem e o natural estado de guerra em que entram quando fora da sociedade civil). Para ilustrar esse “volteio histórico” como o próprio Chasin denomina, e com isso refletir posteriormente sobre a educação e o seu papel na construção da identidade autônoma do homem, farei um apanhado geral sobre o tema do artigo, através da leitura e interpretação de alguns de seus trechos. Artigo disponível em: http://www.verinotio.org/ofuturoausente.pdf. Seguem os trechos que serão lidos com os alunos:

  • Para a discussão sobre o tempo das crises e da identidade do homem contemporâneo em sociedade:

Trecho 01: “Não é o fim dos tempos, mas é o tempo das crises. Essas vem recebendo denominação variada e abundante. Desde algum tempo, é até mesmo lugar comum referir  crises de toda espécie - social, política, econômica, moral ou dos costumes, cultural ou das mentalidades, da arte e da ciência, do direito e do meio ambiente, e assim por diante, envolvendo o conjunto dos aspectos que compõem a vida atual. Conjunto minado, que também é aludido sinteticamente como a crise do nosso tempo.”

Trecho 02: “É, vale repetir, o influxo dos novos tempos que vai impelindo a figura da individualidade, mas sob roupagens tomadas de empréstimo ao passado”.

Trecho 03: “Em outros termos, não há sucesso e, em especial, sucesso permanente sem capacidade de adaptação às circunstâncias, sem esforço contínuo de ajustamento às eternas mutações da sorte”.

Trecho 04: “Detalhando um pouco a afiliação: a liberdade, na condição maquiaveliana de subproduto dos conflitos positivamente funcionalizados, evoca e remete prospectivamente à indeferível liberdade restrita de base limitada da ordem societária do capital maturado, na qual cada indivíduo é tolhido multiplamente pelas individualidades dos outros, em que a liberdade de  cada um é aviltada pela fronteira mesquinha da liberdade do outro; donde a implicação da má infinitude das exclusões mútuas ou permutadas, redundando dessa troca de proscrições a adstringência da liberdade àquilo que possa restar à individualidade em solidão, desterrada dos outros e abandonada a si mesma, quando o indivíduo real, prático, só pode ser padronizado pela ferocidade do isolamento, e, ao limite, a liberdade é dissolvida em má subjetividade, em interioridade impotente. Em suma, a liberdade maquiaveliana coabita o gênero da liberdade pobremente vivida e determinada contra, e não com o outro; todavia, dela se distingue pelo  número dos opostos: enquanto na plenitude societária do capital essa forma de iliberdade contrapõe, ideal e aparencialmente, individos isolados, Maquiavel considera e raciocina com congregados sociais em oposição.”

Trecho 05: “Confluindo, a nascente ordem do capital e o sistema heliocêntrico, ambos envolvendo decididamente o presente e impulsionando com vigor para o futuro, se conjugaram e potencializaram no movimento real e ideal que arrebatou do homem sua antiga condição privilegiada, o qual,  drasticamente desvalorizado, foi convertido em exilado no interior do universo infinito e em desterrado no interior do cosmos social pulverizado. Sozinho e depreciado - e depreciado porque sozinho - sem outro arrimo, lançou e foi coagido a lançar suas esperanças à conjunção abstrata dos homens na união imposta e ilusória do estado.”

·         Para a discussão sobre o papel da religião no assujeitamento do homem aos princípios do Estado:

Trecho 06: “Se a nossa religião nos recomenda hoje que sejamos fortes, é para resistir aos males, e não para nos incitar a grandes empreendimentos. Parece que esta moral nova tornou os homens mais fracos, entregando o mundo à  audácia dos celerados. Estes sabem que podem exercer sem medo a tirania, vendo os homens prontos a sofrer sem vingança todos os ultrajes, na esperança de conquistar o paraíso. Contudo, se os homens perderam a fibra, e os céus não impõem mais a guerra, estas transformações se originam na covardia dos que interpretam a religião de acordo com a sua fraqueza, e não segundo a virtude verdadeira; se se levasse em conta que a fé permite a grandeza e a defesa da pátria, ver-se-ia que é compatível com a boa religião amar e honrar pátria, e nos prepararíamos para a defender" (Discorsi, II, 2).

Trecho 07: “Em verdade a arrogância não é tanta, pois o que vai explicitado é apenas uma
equiparação a Deus, quando de fato o que historicamente está ocorrendo é algo muito mais radical - a substituição efetiva do plano divino pelo estado: a transição da comunidade na transcêndência pela comunidade anstrata da sociedade política.”

Trecho 08: “E na seqüência, depois de frisar "que a religião servia para comandar os exércitos, levar a concórdia ao povo, zelar pela segurança dos justos e fazer com que os maus corassem pelas suas infâmias", conclui, poucas linhas mais adiante: "nunca nenhum legislador outorgou a seu povo leis de caráter extraordinário sem apelar para a divindade, pois sem isto não seriam aceitas. Há muitas instituições cujos efeitos benéficos podem ser previstos por um homem sábio e prudente, mas cuja evidência não é tal que convença imediatamente a todos os espíritos. Por isto o governante sábio recorre aos deuses. /.../ Se a observância do culto divino é a fonte da grandeza do estado, a sua negligência é causa da ruína dos povos" (Ib.).”

·         Para a discussão sobre o papel das leis na regulamentação da convivência entre os homens:

Trecho 09: “Há que grifar que não se trata, na ação desenvolvida pelo legislador, de objetivos
única ou especialmente vinculados à organização política, mas que abarcam o conjunto da constituição social e moral de uma povo, que a juízo de Maquiavel derivam da lei - desta é que brotam as virtudes morais e cívicas - e da sabedoria e visão do próprio legislador. Em suma, não há propriamente limites à ação deste, que pode transfigurar as antigas estruturas estatais, construir novas, mudar as formas de governo, transferir populações e constituir novas virtudes nas almas de seus súditos. O legislador, portanto, é o arquiteto do estado e da sociedade, aí contidas todas as instituições políticas, econômicas, morais e re-li-gi-o-sas.”

Trecho 10: “De modo que, eterno como perversidade, o homem não tem em si qualquer possibilidade de auto-transformação, nem mesmo de comedimento. Numa palavra, o homem maquiaveliano, intrinsecamente mau, vai ao extremo de ser privado de qualquer inclinação para o autodesenvolvimento. Razão pela qual tem de ser coagido pela lei apoiada na força: "os homens só fazem o bem quando  é necessário; quando cada um tem a liberdade de agir com abandono e licença, a confusão e a desordem não tardam a se manifestar por toda parte. Por isso se diz que a fome e a miséria despertam a operosidade, e que as leis tornam os homens bons" (Ib., I, 3).”

Trecho 11: “A dessacralização maquiaveliana da política, inclusa  aí sua ruptura com a esfera da eticidade, corresponde à moderna entificação do poder, na qual emerge e ganha corpo centralizado e independente, afastado da sociedade  civil, o  estado verdadeiro, rigorosamente de acordo com o papel que lhe é conferido na ordem societária produzida pela lógica do capital.”


 2.2. Letra da música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho.
Para que os alunos compreendam o conceito básico das crises referidas por Chasin na contemporaneidade, vou propor a reflexão da identidade do homem moderno a partir da análise da música e letra de Zé Ramalho, perpassando a aflição deste homem, acometido por uma constante crise com sua identidade e reduzido à condição de gado pós-moderno. Disponível em: http://letras.terra.com.br/ze-ramalho/1127221/



Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
O povo, foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz



2.3. Obra áudio-visual: Tempos Modernos, de Charles Chaplin.
Para que os alunos construam a concepção vigente do homem moderno enquanto trabalhador e manutencista das engrenagens do sistema capitalista, os alunos assistirão ao clássico de Chaplin e discutirão as principais características desses tempos modernos. Disponível em:  http://www.youtube.com/watch?v=D_kpovzYBT8


2.4. Interatividade: Diversos vídeos e referências na Internet.
Dedicarei uma aula apenas para que os alunos interajam com as ferramentas disponíveis na internet, tais como músicas e vídeos, de forma a compreenderem de maneira geral os tempos modernos e a aflição do homem diante de tantas possibilidades. Todos os links apresentam um tom cômico ou provocativo, de forma a despertar o interesse dos alunos. Seguem os links que serão apresentados:

·         “Já é velho, Man”. Paródia da música Bad Romance, de Lady Gaga. Com este vídeo, vou propor a reflexão sobre o agenciamento de afetos provocado pelo capitalismo, fazendo com o que homem se torne refém do consumismo, na concepção moderna do “ter” em detrimento ao “ser”. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=BndADIkRNn0.

·         “Homem Moderno”, de George Carlin. Talk Show em que Carlin se define como um homem moderno, utilizando jargões e terminologias próprias deste homem interativo, multifacetado e formado de maneira global. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=hNhNFUaoshE.

·         “Sandman e o Homem Pós-Moderno”. Sonho, personagem principal da animação, precisa definir o que seja o homem pós-moderno e para isso conta com a ajuda de sua irmã gótica, Morte. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Kvv1aIkQPk4&feature=related

·         “3ª do Plural”, clipe da música da banda Engenheiros do Hawaii, que discute a questão do capitalismo e sua dominação sobre o homem moderno. Letra e vídeo disponíveis em: http://letras.terra.com.br/engenheiros-do-hawaii/747530/

3. Objetivos do Plano de Aula

A partir de reflexões, sobretudo sobre o artigo Crítica a Um Futuro Ausente, de José Chasin, problematizaremos com os alunos a importância de uma educação que pense historicamente o passado e filosofe cotidianamente sobre o futuro, construindo um presente significativo e autônomo que não seja apenas ferramenta de manobra do poder tirânico do capitalismo, das religiões e dos legisladores. Com isso, o objetivo deste Plano de Aula é analisar com os alunos o conceito moderno de que o homem seja livre para determinar o seu destino e mudar as leis e os costumes, pilares maiores da manutenção social. Numa época em que é dada tal premissa aos homens, qual a importância da educação para que o homem não seja acometido por crises advindas de uma liberdade que ele não sabe como e nem para quê usar?

4. Conteúdos
Para que os alunos possam compreender as características principais do chamado homem pós-moderno e as implicações da construção dessa identidade na formulação de um futuro que não seja ausente, como postulado por Chasin, levarei os alunos a refletirem sobre o papel da educação neste processo como ferramenta emancipadora da massa coagida.
Para isso, desenvolverei as aulas com base nos seguintes conteúdos principais, sendo certo que cada aula contará com espaços para que os alunos se manifestem e, com isso, ajudem-me a conduzir as discussões sobre o tema:

Primeira Aula: Interpretando Chasin e a angústia pós-moderna.
Para que os alunos possam refletir sobre o conceito de Futuro Ausente e com isso realizarem uma analogia sobre a importância da educação na construção da autonomia dos indivíduos de determinada sociedade, é importante que eles rompam com as possíveis dificuldades que encontrarão na compreensão de um artigo tão complexo. Para isso, leremos juntos alguns trechos, construindo um significado, em conjunto, para o artigo de Chasin. Assim, refletiremos juntos sobre os principais conceitos:
A)    Por que a modernidade é considerada o tempo das crises?
B)    Discutir a crise de identidade pessoal e a conseqüente crise de identidade coletiva em sociedade.
C)    A fragmentação do homem moderno (múltiplo, conectado, multifacetado) o torna um desbravador e autônomo na tomada de decisões. Isso o torna livre e feliz?
D)    Se o homem moderno é autônomo e pode escolher, à revelia da força do destino, seus próprios passos, por que então ainda precisamos de leis e religiões?
E)     O homem é essencialmente mau? Se não fossem as regras morais, legais e religiosas, o mundo seria um grande caos?
F)     Os humanos sobreviveriam a si mesmos se não houvesse as concepções míticas da religiosidade?

Segunda Aula: O homem pós-moderno e suas muitas crises
Analisar a letra Admirável Gado Novo, de modo que eles reflitam sobre os principais aspectos da canção:
A)    O autor refere-se a “vocês” quando cita a massa que passa nos projetos do futuro. Com isso, o autor se exclui dessa massa, demonstrando seu descontentamento com a subserviência que critica no decorrer da canção;
B)    Refletir sobre a condição desigual do homem frente ao capitalismo que massifica a pós-modernidade, demonstrando que ao homem, frente tal relação, cabe dar mais (produzir) do que receber (consumir, pensar).
C)    Constatar a crítica do autor que afirma que a ferrugem das engrenagens capitalistas já corrói aos homens, suplantados pelas exigências do capital.
D)    Verificar que o homem é tratado como gado, sendo destituído de sua autonomia e individualidade e que, de acordo com a concepção vendida pela pós-modernidade, ainda se considera feliz (ou simula para sobreviver) certa felicidade.
E)     Analisar o motivo de o povo fugir da ignorância, apesar de, conforme expressa o autor, viver tão perto dela.
F)     Compreender o conceito de contemplar a vida dentro de uma cela, fazendo a análise de o homem poder admirar um mundo novo, sendo ele, em contrapartida, o admirável gado novo.

Terceira Aula: Cogito pós-moderno:trabalho, logo existo”.
Assistir com os alunos ao filme Tempos Modernos e após a exibição, discutir com eles os principais aspectos do filme:
A)    A paranóia do operário que, estressado pelo trabalho repetitivo de apertar parafusos em uma linha de produção, passa a enxergar parafusos em todos os objetos que se pareçam minimamente com um.
B)    As reações do personagem e o seu olhar desacostumado ao mundo moderno, quando retorna de um período de internação, diante do barulho da cidade e da correria do dia a dia.
C)    As regras de moralidade no ato de uma garota que, vivendo na miséria imputada pelo progresso, rouba para se alimentar.
D)    O ciclo que se repete no filme: trabalhar, ser despedido, ser preso, fugir da polícia, voltar ao trabalho, ser novamente despedido....

Quarta Aula: Pensar pode e deve ser divertido.
Exibir as paródias relacionadas à pós-modernidade, enquanto refletiremos sobre como o humor pode ser um mecanismo para o aprendizado e que a educação não precisa ser tão sisuda, quanto o artigo de Chasin, para ser proveitosa. Além disso, demonstrar que os vídeos são produções independentes e resultado do próprio processo pós-moderno, onde o homem fabrica informação e tem a liberdade de se expressar, fazendo com que tais ferramentas possam trabalhar a favor de uma autonomia de pensamento sobre a sociedade atual.

Quinta Aula: Onde queríamos chegar: mas o que a educação tem a ver com isso?
Após as quatro primeiras aulas, nesta aula pretendo levá-los a refletir sobre a importância da educação para o escape do padrão reproduzido pelo homem pós-moderno. Assim, nessa aula discutiremos livremente sobre as perspectivas da educação, na visão dos próprios alunos, para a construção de um mundo mais equilibrado entre os interesses pessoais e societários. Com base nas discussões travadas nas aulas anteriores e nos pensamentos que forem surgindo durante a exposição, os principais aspectos serão abordados sobre a educação:
A)    A educação como rompimento do pensamento sistemático e homogêneo, provocando a reflexão e quebra de paradigmas.
B)    A importância da educação da desconstrução de dogmas sociais, religiosos e políticos, levando os alunos a pensarem “fora da caixa”.
C)    A desterritorialização promovida pela educação, frente às fronteiras demarcadas para o conhecimento.
D)    A importância da transdisciplinaridade para a formação do homem e do diálogo entre os diversos saberes.
E)     O papel da linguagem e do discurso da educação para a construção da identidade humana.

5. Procedimentos Metodológicos e Didáticos
Como metodologia principal, articularei as fundamentações teóricas deste Plano de Aula com as informações que os alunos, porventura, já possuam. Assim, vamos construindo juntos uma concepção do que seja a pós-modernidade e as aflições que assolam o homem dos novos tempos. Com isso, pensaremos juntos sobre o papel da educação na construção da identidade desse indivíduo moderno, que possui tantas faces e tantas possibilidades (em tese).
Assim, o procedimento didático principal será o de demonstrar aos alunos que, em face do próprio conceito pós-moderno, não há respostas definitivas para a angústia humana, mas que a educação, por meio da promoção da reflexão sobre si e sobre o mundo, pode levá-los a construir uma identidade própria, com autonomia frente aos freios impostos pelos mecanismos pós-modernos - sociedade, legislação e o que sobrou dos dogmas religiosos.
Na prática, os métodos tradicionais de ensino serão largamente explorados, tais como esquemas conceituais na lousa; anotações em lousa das conclusões mais importantes a que forem chegando os alunos durante a discussão; cópia de um resumo sobre a matéria para que guardem e leiam em casa;  leitura conjunta de trechos do artigo etc. Além disso, parte das aulas será realizada no laboratório de informática, onde teremos a oportunidade de acessar links e pesquisarmos sobre informações que forem sendo levantadas durante a aula.

Primeira aula:
  1. Traçar uma rápida biografia de José Chasin.
  2. Informar os objetivos dos trechos selecionados: a crise de identidade do homem contemporâneo, o assujeitamento do homem pela religião e a condução da sociedade pela arquitetura da legislação.
  3. Realizar a leitura de cada trecho escolhido;
  4. Realizar apontamentos em lousa com as principais idéias que forem surgindo durante a discussão.

Segunda aula
  1. Levar os alunos para a sala de informática.
  2. Iniciar a projeção no telão de um vídeo da música, bem como sua letra ao lado.
  3. Questionar se os alunos se identificam como fazendo parte da “massa” e o porquê de suas respostas.
  4. Questionar o que os alunos entendam que “tenha sobrado”, quando o autor canta: “demoram-se na beira da estrada/e passam a contar o que sobrou”.
  5. Levantar a questão se o homem pós-moderno é feliz e se essa felicidade significa ignorância ou subserviência.
  6. Escutar mais uma vez a canção, depois de termos realizado todos os apontamentos sobre ela e sobre a identidade do homem pós-moderno.

Terceira aula
  1. Levar os alunos para a sala de vídeo da escola.
  2. Pedir para que os alunos procurem identificar os conceitos discutidos nas aulas anteriores com as informações do filme.
  3. Dar pausa nos momentos em que os alunos considerarem mais interessantes para rápidas abordagens sobre o assunto.

Quarta aula
  1. Informar aos alunos que a aula será uma forma de situá-los dentro da pós-contemporaneidade, através da linguagem virtual a qual estão acostumados.
  2. Apresentar um link de vídeo por vez, acompanhando o acesso à Internet realizado pelos alunos.
  3. Pedir para que os alunos analisem como o humor pode ajudá-los a compreender melhor os conceitos.
  4. Finalizar a aula exibindo o vídeo da música dos Engenheiros, que trata do mercado capitalista e a posição do homem diante disso.

Quinta aula
  1. Retomar os principais conceitos das aulas anteriores com os alunos.
  2. Perguntar o que eles acham sobre o papel da educação diante do que já discutimos.
  3. Questionar se eles acham que o modelo atual de educação sirve como modo de manutenção do sistema de identidade pós-moderno ou se ela trabalha em prol da “desmassificação” do indivíduo.
  4. Exemplificar como a educação e o pensamento podem libertá-los dos juízos esteriotipados sobre as condutas legais, religiosas e sociais.
  5. Demonstrar o papel emancipador da educação e os modos para utilizá-la contra a aflição moderna.


6. Recursos Materiais

Para a apresentação das aulas, os seguintes materiais serão utilizados:
·         Sala de informática da escola.
·         Computadores com acesso à Internet.
·         Caixinhas de som nos computadores.
·         Sala de Vídeo para exibição de filme.
·         Telão.
·         Uma cópia do artigo de José Chasin.
·         Giz.
·         Lousa.

7.     Aula 6 – Avaliação
Para finalizar as aulas e os objetivos nelas propostos, os alunos terão liberdade para escolherem entre duas maneiras de serem avaliados.
Na primeira opção, os alunos deverão elaborar um texto crítico sobre como enxergam o homem moderno e sobre como a educação pode intervir nessa construção de identidade sócio-cultural. Para isso, os alunos deverão citar passagens das discussões que tivemos em sala de aula.
Na segunda opção de avaliação, os alunos poderão, a exemplo das múltiplas faces de expressão contemporânea, elaborar as seguintes alternativas para desenvolvimento do tema: paródia musical sobre o homem moderno; telejornal com notícias inventadas e que façam alusão às aflições contemporâneas; um slide em PowerPoint com os principais aspectos abordados nas cinco aulas anteriores.

8.   Referências Bibliográficas
CHASIN, José. O Futuro Ausente: Para a Crítica da Política e o Resgate da Emancipação Humana. Disponível em: http://www.verinotio.org/ofuturoausente.pdf

MATOS, Junot Cornélio. A Filosofia na Crise da Modernidade. Disponível em: http://www.unicap.br./Arte/ler.php?art_cod=1392

LIMA, João Francisco Lopes de. A Educação, A Pós-Modernidade e a Crise de Fundamentação do Discurso Pedagógico. Disponível em: http://www.utp.br/Cadernos_de_Pesquisa/pdfs/cad_pesq7/17_a_educacao_a_pos_cp7.pdf

MENDES, José Tadeu Neris. A Educação Contemporânea Versus Contemporaneidade. Disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_20899/artigo_sobre_a_educa%C3%87%C3%83o_contempor%C3%82nea_versus_contemporaneidade

WAGNER, Peter. A Crise da Modernidade: A Sociologia Política no Contexto Histórico. Disponível em: http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_31/rbcs31_02.htm

FERREIRA, Carlos Anderson dos Santos. Crises da Modernidade, Globalização e (In)Efetividades de Direitos. Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/Trabalhos/EixoTematicoA/150fd9a8af8327bf114aCarlos_Anderson.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário