quinta-feira, 21 de abril de 2011

A cicuta de Sócrates

Ao Willian e Rogério

Ainda tentando enxergar nos sofistas os seus aspectos positivos, mesmo que sem fazer deles os estandartes da filosofia, fica a minha reflexão:

Sócrates morreu participando do processo democrático que tanto admirava. Embora fosse acusado do contrário, até a sua morte, defendeu e foi submetido às leis gregas. Por isso foi julgado e condenado. Morreu.

Mas se Sócrates fosse sofista e se inspirado por Protágoras fugisse de Atenas, o seu mérito seria menor? Sua sobrevivência ofuscaria sua contribuição filosófica? Ainda queremos que nossos salvadores morram por suas crenças? Ainda idolatramos os que perdem a vida em nome de uma suposta honra?

Ora, tivesse Sócrates sobrevivido à condenção, poderia ele ter contribuído por mais tempo para o impacto que sua filosofia provocou.

O que quero dizer é que a morte não é natural. Natural é estar vivo e lutar biologicamente por este estado. Fugir dos que nos levaria à morte não é conduta vexatória. Não é alegação para a condenção de Protágoras, tampouco para a idolatria à Sócrates.

O que deveria ser exaltado em Sócrates são as suas obras e não o seu exemplo de vida. Morrer nem sempre pode ser significado de virtude, ou ao menos, não deveria ser.

Abs,

Natachy

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