Entendemos aqui o paradigma como "modelo mítico de pensamento" que seria a interpretação não filosófica dos fenômenos em geral.
Se a sociedade oriental enxergava o sagrado no profano, ou não fazia esta dicotomia ocidental, coube aos gregos clássicos o mérito de levantar a discussão aos ares literários, mesmo por que a concepção do mundo em seus moldes imaginais não suportaria por mais tempo a instigação natural a que se inclina a alma humana.
Ainda que esta inclinação seja universal e possa ser verificada ali e acolá, n'um e n'outro povo, entre os gregos ela foi vivenciada na radicalidade. Por quê? Motivações políticas, dirão uns; motivações econômicas, dirão outros; motivações existenciais defenderão alguns.
A meu entender, o gregos saem na frente por causa da desacralização da escrita. Enquanto entre os orientais a escrita era monopólio dos sacerdotes, entre os helenos ela desvelava o criptico, ou seja, trazia para fora o que estava oculto. Com as letras os homens raciocinam melhor do que com as palavras.
Rogério de Sousa
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