quarta-feira, 20 de abril de 2011

Períodos da filosofia antiga

Há um dilema cronológico na filosofia: teria ela surgido no oriente ou no ocidente? 
A linha férrea das academias cede a paternidade aos gregos, portanto, ao ocidente. Por que? Por causa dos fragmentos que os pré-socráticos deixaram como evidência de suas inclinações demitizadoras. Eles questionaram "nos livros" a explicação mítica da existência. 

A filosofia pré-socrática foi o movimento de emancipação intelectual dos gregos caracterizado pela preocupação com a natureza e o cosmos. Ela inaugurou uma nova mentalidade, baseada na razão, e não mais no sobrenatural e na tradição mítica, dando progresso a quatro períodos principais do pensamento grego:

 período naturalista (pré-socrático, em que o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza);

 período sistemático ou antropológico, o período mais importante da história do pensamento grego (Sócrates, Platão, Aristóteles), em que o interesse pela natureza é integrado com o interesse pelo espírito e são construídos os maiores sistemas filosóficos, culminando com Aristóteles;

 período ético, em que o interesse filosófico é voltado para os problemas morais, decaindo entretanto a metafísica; 

 período religioso, assim chamado pela importância dada à religião, para resolver integralmente o problema da vida, que a razão não resolve integralmente.

Depois das grandes vitórias gregas, atenienses, contra o império persa, houve um triunfo político da democracia. Dependendo, em tal regime, o domínio pessoal da capacidade de conquistar o povo pela persuasão, compreende-se a importância que em semelhante situação devia adquirir a oratória, e, conseqüentemente, os mestres de eloqüência. Os sofistas tornaram-se mestres de eloqüência, sendo largamente retribuídos.

Em antagonismo à escola epicúrea, surge a Estóica que que toma dos cínicos o conceito da filosofia como exercício e estudo da virtude. Zeno de Cítio, Cleanto de Asos, Crisipo de Soles, Sêneca, Marco Aurélio, Epitecto são nomes dos mais famosos estóicos.

Aceitavam um materialismo dinâmico, mas o princípio ativo era identificado com o fogo de Heráclito e com o éter de Aristóteles, que invade todas as coisas com sua tensão e seu calor, que é, como Heráclito pensava, o Logos, a razão universal, a razão de todas as coisas. Por isso são também panteístas. 


Aceitavam uma inexorável necessidade (fatalidade) e, conseqüentemente, uma lei de finalidade (Providência), porque tudo é orientado racionalmente. Assim Deus é a ordem universal, fatal e providencial. 

O mal é necessário para que exista o bem: 
a injustiça, necessária para que exista justiça.
Não há verdade sem a falsidade.
A liberdade individual é um momento da fatalidade universal. 
O fim ideal do indivíduo é a criação e a conservação de uma harmonia de vida, que é conformidade com sua natureza interior, enquanto é conformidade com a natureza universal. 
O domínio da razão, que é o Logos universal, deve impedir as perturbações dos impulsos irracionais, as paixões.
É a virtude o ideal do sábio, e ela consiste na extirpação das paixões (apatia) e na imperturbabilidade (ataraxia).
Todas as paixões são vícios porque são erros e enfermidades da alma.
Assim repelem os impulsos comumente condenados, como a ira, o temor, a avidez, a cupidez, etc, como também os julgados louváveis, como a piedade, as aflições por calamidade pública, a compaixão, etc.

Não se pode dizer que os estóicos fossem egoístas, no mau sentido, por se desinteressarem com as calamidades públicas. Mas a sua visão do mundo, leva-os a compreender que um mal particular podia ser um bem no conjunto universal. 


Além disso, pregavam eles a indiferença, para com o sofrimento próprio, uma atitude tal, que o termo estoicismo alcançou, no vocabulário popular, um sentido de serena superioridade ante o sofrimento. 


Por Rogério de Sousa

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